Sabe fazer barcos de papel
mas nunca lembra como se faz um coração.
Talvez isso diga muito sobre ela
ou (muito provavelmente) não signifique nada.

Ela sempre esquece as palavras quando mais precisa
e vira essa bagunça.
Um emaranhado de coisas
de sentimentos, de órgãos, de vida
de falta.
Um amontoado de tudo
em volta de um buraco;
vive se equilibrando,
balanceando, pisando com cuidado
pra não deixar cair tudo de dentro no vazio.

Tem horror a bagunça
lidar com seu próprio interior já é confuso demais.

A verdade é que ela não tem poder sobre nada;
essa coisa de não sentir, de sentir pouco, de sentir muito
sentir tanto, tudo, até acabar (porque sempre acaba)
é inevitável. É sem escolha. É sem querer.

Ela gosta demais, até não gostar mais.
Só espera que alguém entenda...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Minha mãe é rocha

Libertina e depravada

lindo e triste