Umas ideias desconexas. Ela pensa demais.

Ela se faz de forte, sei lá pra quê. Sei lá por quem.
Deve ser só pra ver se ela acaba caindo nessa de que tem força mesmo.
Dizem né.
Dizem tanto. TANTO!
E só dizem mesmo... sabe o que é isso?
Tem dias de pura alegria.
Mas tem aqueles que a leva a crer que tudo vai dar em nada, e que os lugares estão trocados.
Ai como é complicado isso de 'vida' - pensou ela.
Pensa muito, ela. 
Tanto que de quando em vez nem mesmo consegue acompanhar os próprios pensamentos.
E se confunde, e desconfunde.
Diz que na verdade complicado mesmo é esse povo que tem mania, e que mania, de ver de fora. 
Esse povo esquece, ou nem sabe, que é tão, TÃO mais simples quando você decide entrar, tomar um café, uma xícara de chá. Ver de perto, por dentro. Parar e olhar. Tão mais simples quando decide sentar um pouquinho, bater um papo. Tudo de dentro. Sem essa de papo na porta. É tudo de dentro. Por dentro.
Se esse povo, sabe? Esse povo tirasse uns minutinhos prum bom e velho cafezinho. Ah como seria...
Seria verdadeiro, né?
Sem conclusões tiradas do além.
Seria só um vizinho que parou pra dar um 'olá', e decidiu entrar, sentar, conversar. 
E viu o que quase ninguém vê. Viu o que tem por dentro. 
Viu os móveis, os ornamentos. Viu do que é feito.
Mas ah, esse povo... esse povo anda muito apressado.
Eles passam correndo, atarefados. Dão um 'oi' pela janela mesmo. Não têm tempo.
Desejam um 'boa tarde' que na verdade nem é de verdade... é mais por 'educação'.
Educação? 
Ah, educação é parar, entrar e gastar um tempo pra tomar um café.

- Agora ela deu pra achar que café aproxima as pessoas. 
Vai lá pegar o pó, por a água pra ferver. 

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