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Mostrando postagens de 2020

lindo e triste

Abri o bloco de notas do computador e escolhi a cor azul  porque azul é lindo e azul é triste como nós dois. Eu vejo beleza na nossa partilha vejo beleza na nossa crueza vejo beleza em ter sido tão nua, tão pura, tão eu com você Beleza no conforto da minha própria pele quando estava contigo. É bonito, e cômico, e trágico. Cômico no sentido de que vejo graça em sentir tanta liberdade pra ser quem era estando com outra pessoa cômico que essa sensação de liberdade esteja associada a outro alguém associada à você. Liberdade dependente.  E trágico, na tristeza do azul. Trágico no sentido de que agora é triste, e só.  É triste, e não é mais nada.

Saudade é dor sem remédio

Fim de domingo. Domingo é dia de saudade. Mas saudade é constante. Todos os dias eu sinto saudade. Eu acordo, todos os dias da minha vida, e sinto saudade. É tipo aquela dor de cabeça que eu sentia com frequência mas que não tinha remédio então eu tive que me acostumar a viver com ela ali. Saudade é dor sem remédio. Mas hoje, nesse fim de domingo, a saudade inflamou. Inflamou, doeu mais forte, escorreu pelos olhos, entupiu o nariz, fechou a garganta... Inflamou, doeu, sem remédio. Eu queria correr pra casa, cortar o continente, me jogar no mar, atravessar a nado... Eu queria correr pra casa chegar a tempo do café da tarde, deitar na rede que fica nos fundos receber carinho de minha mãe sentada na cadeira ao lado enquanto ouvimos meu pai cantar que la belle de jour era a moça mais linda de toda cidade. Eu queria correr pra casa e me jogar nos melhores abraços, sentir aquecer o coração e reforçar a base dos pés pra poder caminhar mais firme. Eu queria correr pra casa e acabar com essa dú...

E se...?

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Estupidez. Você era tão tudo que eu admiro, que chega a ser cômico não saber quem você é hoje. Como é que uma história que eu me impedi de viver tanto tempo atrás segue me atormentando? Você me desafiava e me fazia querer ser mais Eu tinha um medo cego de você me perceber boba demais eu tinha um medo cego de você A gente nunca viveu o que tinha pra viver. Eu deixei você escapar tão fácil, eu acho que eu mesma te joguei fora, não dei chance Tantos anos depois e eu ainda penso o que poderia ter sido Se eu tivesse te deixado entrar e fazer parte de mim... Eu poderia te amar. Como é que uma história que eu me impedi de viver tanto tempo atrás segue me atormentando? Será que eu te atormento?