São diversos mundos

Então é isso, é a chave pra todos os seus problemas. Eu inventei descobri que você é desse tipo. Desse tipo que se diminui, que se põe pra baixo, que não vê o tamanho do próprio coração. Desse tipo que se destrói mesmo; que sabe que vai sofrer mas faz a merda ainda assim. Na verdade, você é desse tipo que prefere tentar arrancar sorrisos dos outros, mesmo que às vezes isso signifique arrancar seu coração fora. Você prefere suas tentativas frustradas de manter o amor, mesmo que isso machuque feito louco. Você é desse tipo que não sabe esquecer, que não sabe deixar pra lá, que não sabe ignorar, que não sabe jogar fora o amor que não presta. Porque cê sabe né, que existe amor envenenado, amor estragado, amor imprestável. Mas você é desse tipo que precisa tanto de amor, precisa tanto de amar, precisa tanto de tudo referente a esse sentimentozinho besta, a esse verbozinho idiota, que quando ama, gruda ali dentro, no mais profundo espacinho da alma, a pessoa amada....

Falei que me recusaria a escrever você. Doce ilusão. Só de pensar, to te escrevendo em mim. O fato é que eu adoro uma brechinha de qualquer coisa dessas de sentir. Não posso evitar; simplesmente amo pegar qualquer dessas bobeiras que tornem - nem que apenas por meio segundo - a respiração irregular, e transformá-la. Transformá-la em drama, em amor, em desamor... ...em contos de tardes nubladas, em comédia romântica ou mesmo em tragédia grega. Eu amo te usar como pretexto pros meus textos. Daí que eu vi você olhando. Te vejo olhando toda vez, e me enterrando com esses olhos. Me enterrando nesse emaranhado de perguntas que é você ali parado de olho em mim. O problema é que eu não sei se você olhou pra mim, se você olhou pro nada, ou se você olhou pra mim e isso não significa nada. O lance é que você só encostou em mim e já me bagunçou  toda. E olha que ironia, eu praticamente pedi pra ser bagunçada por você.

Olha só você, com esse sorriso de quem faz tudo certo mesmo fazendo tudo errado. Você com esses olhos brilhantes, conhecedor de outros universos. Olha você, com essa falta imensa de seriedade; com esse riso solto, essa voz descontraída de quem não tá nem aí - e tristemente, nem aqui. Você com essas mãos, esses braços, esse abraço. Você com esse conjunto quase perfeito de detalhezinhos que se encaixam como luva em todo o resto de você. Olhar você, por si só, já é um convite à insanidade. Meio querendo, meio sem querer, eu fui perdendo a cabeça. - é que eu tenho a leve e inconveniente impressão de que seu corpo se encaixa perfeitamente com o meu. _______________________________________________________________________________

'Eu não preciso chorar para mostrar que estou triste. Nem gritar para dizer que sinto dor. Muito menos sorrir para deus e o Mundo para provar que sou feliz. Não preciso aparentar para ser, demonstrar para estar. Meu mundo acontece aqui dentro. E ele não é menor ou maior que o seu: é simplesmente o meu. Ele é meu com todas as letras, ele é meu em cada palavra, com todos os silêncios, com todos os incêndios. Eu ouvi meu choro, eu escutei meu grito, eu senti minha dor e eu gargalhei em paz sem precisar invadir o seu mundo com coisas tão minhas, com coisas tão lindas, com coisas tão findas que se repetem infinitamente: aqui dentro.' - Eu Me Chamo Antônio.

Seja hoje, só hoje, minha inspiração.  Seja meu suspiro, meus olhos, minha boca. Seja meu sorriso bobo, minhas frases idiotas. Seja o braço em torno da minha cintura, a boca no meu pescoço. Seja hoje, e só hoje, o abraço mais gostoso. Seja hoje meu cobertor; seja meu amor. Seja hoje o menino dos meus olhos. Seja a bagunça na minha cabeça, hoje. Seja os versos desregrados. Seja hoje minha paixão sem futuro, meu paradoxo. Seja meu Universo hoje, e só hoje seja meu.  Só meu, hoje.

Então decidiram que a vida seria difícil, que deveria haver mérito em cada vitória, e por isso as batalhas diárias seriam tão árduas.  Decidiram que teríamos que enfrentar monstros todos os dias, acordar e abrir os olhos com muita coragem, tomar decisões importantíssimas como se não fossem nada, e morrer de medo de se arrepender depois.  Decidiram que não seria nada fácil, mas, que por extrema bon dade, existiriam pessoas de coração puro, de muito amor, de atos honestos e de palavras mais que sinceras. E que no fim das contas, assim do nada, precisaríamos terrivelmente dessas pessoas pra enfrentar cada dificuldade, pra dividir cada vitória, e pra ter ao lado em cada batalha; pra encarar os tais monstros, pra dividir conosco toda a coragem e força delas, e pra nos apoiar como ninguém em cada boa escolha e em cada merda feita. Ah sim, e sem esquecer, decidiram que essas pessoas seriam extremamente presentes, e que as amaríamos por cada detalhe, pelo jeito como os o...